Uma “ajudinha psicológica” é bem-vinda

 

O artigo a seguir é baseado no capítulo 55 do Livro “A arte de pensar claramente” de Rolf Dobelli.

“...você é uma pessoa esclarecida e certamente rirá dessa superstição tola. Mas, espere, e seu eu mostrar a situação de outra forma? Você vestiria um suéter que já foi usado por Hitler, mesmo recém-lavado? Provavelmente não, certo? Portanto, parece que você não perdeu todo o respeito por essas forças intangíveis. Em essência, o suéter não tem mais nada a ver com Hitler. Não há nenhuma molécula do suor de Hitler no tecido. Ainda assim, a perspectiva de vestir a peça lhe dá repulsa. Não se trata apenas de uma questão de respeito. Sim, queremos projetar uma imagem “correta” para as pessoas e para nós mesmos, e repudiamos a idéia de vestir o suéter mesmo quando nos convencemos de que encostar naquela peça de roupa não implica de forma alguma apoiar Hitler. É difícil neutralizar essa reação emocional. Mesmo quem se considera bastante racional tem dificuldade de afastar completamente a crença em forças misteriosas (eu, inclusive).”

Não subestime imaginações, superstições, crenças, forças imaginárias, medos. Quase todos nós carregamos de forma antropológica nossas crendices desde a época das cavernas. E elas ainda continuam fazendo parte de nossas decisões.

Alguns artistas têm comportamentos esdrúxulos antes de entrar em cena, subir ao palco. Alguns dos maiores treinadores de futebol ou outros esportes também têm grandes superstições com roupa, amuletos, imagens, posições do corpo, cadeira de assento no ônibus da delegação, entrada em campo com pé direito ou esquerdo. Todos nós conhecemos alguns protagonistas e suas maluquices.

Eu particularmente evito usar roupa marrom - qualquer peça. Não tenho mala marrom e nas viagens não carrego nenhuma roupa marrom. Se posso escolher uma posição ou um assento prefiro algum número que tenha o nove ou cuja soma seja o dez. É evidente que tenho consciência que tudo não passa de uma bobagem. Mas, pelo sim pelo não... Uma crendice quando suavemente trabalhada pode reforçar suas decisões.

 Moral da história

Não precisa carregar amuletos, evitar coisas estranhas, adotar comportamentos bizarros, apenas considere de modo leve uma “ajudinha psicológica” quando for tomar uma decisão.

Não chegue ao extremo de evitar reuniões, viagens, compras, negociações, relacionamentos ou jogos porque seus amuletos não estão à mão.

Opinião

O que se recomenda é um trabalho disciplinado, duro, consciente, resiliente, perseverante, paciente como o seu real “amuleto da sorte”.

Confie no seu estudo, no seu trabalho - este é o seu real "amuleto da sorte".

Lições para seu Plano de Vida VISIOVITA

Muitas vezes ficamos confiando na sorte, nas oportunidades que irão surgir, na ajuda e nas promessas de outras pessoas. O risco é você ficar esperando, esperando e nada acontecer. Você tem de buscar o que deseja. Entre no caminho e trabalhe duro, e tudo que você esperava, como a sorte, as oportunidades, as ajudas, as promessas irão acontecer.

Não associe os bons resultados às suas crendices e sim ao seu esforço, sua dedicação, seu trabalho. Não leve em conta os maus resultados como associados a fatores “inimagináveis, surpresas, obras do acaso, ou do além”.

Concentre-se na elaboração do seu Planejamento de vida e vá em frente.

 

D'Bernardes Vieira