O mundo atual das informações inúteis

 

O artigo a seguir é baseado no capítulo 60 do Livro “A arte de pensar claramente” de Rolf Dobelli.

“....em busca de um hotel em Miami, algum tempo atrás, fiz uma lista com cinco boas opões. Imediatamente, um hotel me saltou aos olhos, mas eu queria confirmar que havia encontrado a melhor oferta e decidi continuar a pesquisa. Mergulhei em dezenas de avaliações de clientes e postagens de blogs, e cliquei em incontáveis fotos e vídeos. Duas horas depois, eu estava certo de qual era o melhor hotel: o que eu havia escolhido desde o início. A montanha de informações adicionais não levou a uma decisão melhor. Pelo contrário; se tempo é dinheiro, eu poderia muito bem ter me mudado para o Four Seasons”.

“....considere, então, as centenas de milhares de economistas – em bancos, grandes consultorias, hedge funds e governos – e todos os relatórios oficiais que eles publicaram entre 2005 e 2007. Pense na enorme biblioteca de relatórios de pesquisa e modelos matemáticos, ou no formidável papelório de comentários, nas esmeradas apresentações de PowerPoint, nos terabytes de dados nas agências de notícias Bloomberg e Reuters e na dança dionisíaca para venerar o deus da informação. Apenas palavras vazias. A crise financeira (2008) chegou com tudo e derrubou mercados do mundo inteiro, provando que inúmeros comentários e previsões foram inúteis”.

Hoje perdemos o que há de mais importante no mundo dos negócios e em nossa vida em particular: Tempo. A maior culpada: A informação demasiada, inútil e vazia. O mundo tecnológico nos levou ao mundo mágico da ilusão: Informação em abundância.

O mundo global gasta grande parte do tempo trocando informações completamente inúteis, vazias, que não agregam nenhum valor às nossas vidas. É incrível como ficamos alucinados diante da “falsa riqueza” que dispomos. Não queremos perder nada, e queremos compartilhar tudo, dar nosso like...e acreditar que estamos participando do novo mundo.

Quanta perda de tempo! Quanta riqueza, quanta perda de dinheiro no mundo global!

Moral da história

O mundo de hoje nos trouxe a ilusão da “abundância” da informação que acreditamos nos levar a uma participação social mais ativa..

Ledo engano: Horas e horas de nossas vidas perdidas em informações inúteis.

Estamos viciados; ficamos aflitos porque já se passaram alguns minutos e ainda não recebemos mensagens, fotos, vídeos, informações.

Não conseguimos fazer nada sem a nossa extensão tecnológica, acoplada em nossas mentes. Completa sensação de desespero se não estivermos colados 24 horas ao nosso informante tecnológico.

Quebrar esta dependência e saber utilizar a tecnologia a nosso favor: este é um dos maiores desafios da atualidade. 

Opinião

Cada um de nós deve fazer uma análise fria, objetiva, focada em como estamos usando o tempo para o bom proveito de nossas vidas. Seja cruel com a inutilidade das informações e com o desperdício do tempo. Elimine-os de sua vida. Mate-os sem piedade. Faça uma avaliação criteriosa sobre sua participação nas redes sociais, grupos de família e de amigos: grandes consumidores de tempo.

Compatibilize seu tempo de pesquisa sobre qualquer assunto com a devida importância que ele tem para seu trabalho, para sua vida. Não deixe o “Dr. Google” dominar seu tempo de pesquisas. Mantenha-o sob controle, com rédeas curtas.

Lições para seu Plano de Vida VISIOVITA

Quando estiver concentrado na elaboração do seu plano de vida, evite distrações de todo tipo, em especial com o uso das redes sociais. Deixe o celular, tablet, aplicativos, e-mail fora do seu alcance, no silencioso. Apenas uma vez por dia passe os olhos em seus consumidores de tempo e elimine tudo que não lhe acrescenta valor na vida. Torne a tecla “delete” sua grande amiga. 

Faça as pesquisas para o seu plano de vida focadas nos seus objetivos.

Não desperdice tempo com informações que não agregam nada ao seu plano de vida.

Tempo e esforço são muito importantes para serem consumidos com informações inúteis.

Concentre-se, tenha foco, objetivo, metas em cada uma das fases de um projeto.

Experimente. Pratique.

 

Historiador Daniel J. Boortin:

“O maior obstáculo às descobertas não é a ignorância, é a ilusão de conhecimento.”

“.... da próxima vez que você for confrontado por um rival, considere a possibilidade de matá-lo... não com bondade, mas com milhares de dados e análises”.

 

 

D'Bernardes Vieira