Conheci um pai - que na educação dos seus filhos - ensinou-os pelo comportamento, como era importante dar o devido valor ao dinheiro. Na rígida educação financeira, não houve espaço para mesada mensal, ao invés disso cada necessidade era precedida por uma negociação. Próximo ao casamento de cada um, com a poupança feita ao longo da vida, o pai ajudou-os com o presente de um apartamento. Os filhos tinham a consciência do valor do presente. Após 5 anos, já tinham adquirido um melhor apartamento usando o presente ganho como parte do negócio.

Jorginho Guinle foi um socialite, playboy e herdeiro milionário; notável por suas conquistas amorosas e falência financeira. Após ter gastado quase todos seus bens, avaliados em cerca de 100 milhões de dólares, em festas, viagens e mulheres, Guinle faleceu aos 88 anos de idade, morando, por favor de seus novos donos, no hotel Copacabana Palace. O hotel fora fundado por seu tio, Octávio, em 1923. Sua filosofia pode ser resumida: “O segredo do bem viver é morrer sem um centavo no bolso. Mas errei o cálculo e o dinheiro acabou antes da hora”.

Vários jogadores brasileiros passaram pela fama, ficaram ricos, e perderam tudo, passando a viver em situação triste e dependentes de ajuda de amigos. Uma rápida pesquisa na internet e tem-se uma lista com nomes, vidas e os motivos da falência a que chegaram. Muito triste para os brasileiros que gostam muito de futebol.

No decorrer das histórias das vidas das pessoas, elas trabalham ganhando o “pão de cada dia com o suor do trabalho”. Todos consideram o dinheiro como muito importante para as necessidades diárias e para preparação da vida futura. O dinheiro assim ganho é o significado do resultado do seu esforço, da sua dedicação, do seu tempo, das noites mal dormidas, ou das madrugadas acordadas, das horas de estudo. Este dinheiro é reconhecido pelas pessoas e percebido pela sociedade como ganho pelo labor e é considerado como “emoldurado pelo trabalho”. Quando for usar este dinheiro pense no que ele significa.

Uma busca rápida na internet e encontramos pessoas que ganharam fortunas em sorteios, herança, apostas, jogos.

Também temos celebridades, que graças ao talento que apresentam, ficam muito ricas em pouco tempo, como atletas, artistas, cantores, escritores, empresários.

No primeiro grupo o dinheiro é inicialmente considerado “emoldurado pela sorte”. E no segundo caso, como o dinheiro “emoldurado pelo talento”.

A mídia explora com muita publicidade a vida das pessoas envolvidas nos grupos do dinheiro “emoldurado pela sorte” e “emoldurado pelo talento”. Tanto num grupo como no outro as pessoas têm as suas vidas expostas.

A internet cita em vários posts que 33% das pessoas envolvidas nestes dois grupos perdem suas fortunas e voltam a uma vida simples, por vezes com muito sofrimento, com débitos e dívidas de toda natureza. Algumas acabam presas. Embora a citação careça de mostra dos dados concretos das pesquisas, o fato é que a publicidade dada aos inúmeros casos expõe uma cruel realidade: a perda da fortuna de boa parte das celebridades.

Moral da história

Por vários motivos parte das pessoas aquinhoadas (com a fortuna ganha) são tomadas por um descontrole financeiro. Gastos supérfluos, investimentos mal feitos, demonstração exacerbada de status, de poder, envolvimento com vícios (drogas, jogos), doações, empréstimos não pagos levam o afortunado a bancarrota.

O fato é que essas pessoas consideram que o dinheiro “emoldurado pela sorte” ou “emoldurado pelo talento” parece não ter o mesmo valor que o dinheiro “emoldurado pelo trabalho”.

Este é o grave erro que leva essas pessoas à perda das suas fortunas.

Aqui não tratamos do dinheiro “emoldurado pelo crime”.

Opinião

Não importa a origem do dinheiro - contanto que tenha uma origem honesta - deve ser tratado sob a ótica do “efeito do dinheiro emoldurado”. Dê muito valor quando for usá-lo.

Este conceito vale para qualquer coisa que porventura a pessoa tem a felicidade de ganhar, como por exemplo, o presente dado pelo pai, ou o dinheiro de herança do Jorginho Guinle, ou as fortunas das celebridades.

Em doses menores, empresas oferecem bônus, milhagem, cartões, cupons, descontos especiais, e uma série de vantagens para seus clientes. Cuidados devem ser tomados no modo como este “dinheiro” é usado. Muitas vezes a pessoa acaba gastando muito mais, além do que pode gastar, apenas porque parte do dinheiro veio de graça! A pessoa se envolve com esse “dinheiro” e arranja prestações e dívidas para o resto do ano.

Lição para o seu plano de vida VISIOVITA

As pessoas devem estar preparadas para usar adequadamente o dinheiro.

A educação financeira é importante e deve ser ensinada nas escolas e principalmente no ambiente familiar. Invista em educação financeira.

Muitos brasileiros obtém lucro com seus negócios, ganham bem em suas atividades profissionais, mesmo assim vivem endividados. Com certeza você conhece pelo menos uma pessoa nesta situação.

Organize sua rotina financeira.

Poupe, com rigor e disciplina, uma parte do seu dinheiro e mantenha-o aplicado, para o seu futuro (aposentadoria).

Faça uma reserva para despesas eventuais (fora da sua rotina). Em especial para saúde.

Faça outra reserva para investir em seus planos de vida.

Ao fazer um plano de vida, considere sempre os aspectos econômicos e financeiros de todas as ações que estiver planejando.

“O dinheiro odeia desperdícios e mau uso. Ele gosta de ser bem tratado. Ele odeia os avarentos, que não o usam e o deixam mofar. O dinheiro sempre retribui o modo como você o trata”. Vieira, A.E.

D'Bernardes Vieira