Ao longo de nossa vida, nos diversos papéis que desempenhamos, alternamos bons momentos e momentos difíceis. Somos resultado das decisões que tomamos com a exclusiva  responsabilidade por tudo que decidimos. Muitas vezes tomamos nossas decisões sem ter a exata dimensão dos reflexos que irão gerar no momento presente e, principalmente, nos momentos futuros.

É importante pensar quantas decisões diárias tomamos que a princípio julgamos insignificantes, mas que resultaram em mudanças importantes em nossa vida ou de pessoas de nosso relacionamento: um namoro inicialmente despretensioso que resultou em uma família, um emprego por falta de melhor opção que resultou numa carreira, um curso escolhido sem experiência que resultou numa profissão, um gole a mais que resultou num acidente, uma discussão sobre futebol, religião ou política que gerou um desentendimento marcante, um gesto de apoio que desencadeou uma amizade duradoura, a experiência com drogas que gerou malefícios à saúde.

Agora imagine o enorme poder de decisões tomadas de modo completamente consciente já que previamente planejadas e trabalhadas. Poderemos evitar muitos momentos difíceis, mas principalmente poderemos mudar nossa vida de modo contundente.

Buscando contribuir com reflexões em relação à nossa postura diante da vida traçamos o diagrama abaixo. Este diagrama mostra quatro possíveis posições que podemos tomar ao longo de nossa vida.

Para determinadas situações, ou conforme o papel desempenhado, podemos ao mesmo tempo estar tomando atitudes em quadrantes diferentes.

O importante é termos a consciência de como estamos conduzindo nossa vida, em cada momento. 

Figura 4 Quadrantes da Vida

Quadrante da Sobrevivência

Este é um quadrante para as pessoas que estão passando por uma profunda crise e acreditam que estão lutando pela sobrevivência. 

Podemos estar passando por uma crise: conjugal, financeira, relacionamentos familiares ou sociais, existencial, espiritual, saúde, trabalho, emprego, autoestima...

Imagine uma pessoa obesa em que os vários índices de saúde ultrapassaram os limites toleráveis; investimento mal sucedido com dívidas impagáveis; uma demissão em um momento difícil para se conseguir um novo emprego; um aluno que acaba de perder mais um vestibular; um casamento desfeito...

Situações de crise não faltam no decorrer de nossa vida.

Devemos tomar cuidados especiais nestes momentos porque somos levados a pensar que a solução é fugir dos problemas.  Ou então cair em desespero, tomando decisões sem nexo, sem raciocinar; agindo de forma emotiva. 
Neste tipo de situação não acreditamos em planejamento, agimos baseados na emoção, não conseguimos usar a razão.

E esta é uma atitude que só faz aumentar a crise.

Quadrante da Manutenção

Este é um quadrante em que as pessoas estão passando por uma estabilidade na vida e não estão dispostas a mudanças e nem mesmo a melhorias.

Sentem que fizeram um grande esforço para chegar aonde chegaram. Estão satisfeitas. Não querem mais correr riscos. E qualquer mudança representa um risco – que se torna grande o suficiente para não valer a pena. Pensam que os custos são altos e os benefícios pequenos. Encontram muitas justificativas para não alterarem nada na vida. O relacionamento com a esposa está bem temperado, a escola das crianças é de bom nível, o apartamento tem o tamanho adequado, o saldo bancário está bom, a saúde vai muito bem. Essas pessoas não querem planejar mais nada que requeira algum esforço. Não admitem sair da zona de conforto.

Acontece que a vida tem muitas situações que por circunstâncias fora do nosso controle, ou ainda, por nossa acomodação, ocorrem à margem de nossa previsibilidade: perda do emprego, acidente pessoal, batida de carro, doença, falência da empresa em que trabalha. Para muitas destas situações podemos nos preparar com antecedência de modo preventivo, planejado, evitando parte da imprevisibilidade. Porém, quando não nos preparamos algo que poderia ser minimizado transforma-se em um grande problema.

Essas pessoas caminham para uma das maiores ameaças ao sucesso - a acomodação.

Quadrante do Crescimento

É um quadrante em que as pessoas sabem o valor da melhoria contínua sobre os resultados que estão alcançando na vida. Têm grande parte da rotina sob domínio, têm situação financeira sob controle e procuram fazer investimentos conservadores. Tomam iniciativas de baixo risco e mantem uma situação de pequenos desafios, fazem pequenas surpresas para o parceiro afetivo e família, aperfeiçoam métodos e processos no emprego, buscam melhorias nos relacionamentos sociais. 

Planejam as atitudes de melhoria da rotina, mas não estão dispostos a se arriscar quando se trata de um projeto de maior impacto. Alargam a zona de conforto para permanecer nela. 

Normalmente estão mais bem preparados para as dificuldades, mas correm o risco de cair na acomodação. 

Quadrante de Desenvolvimento/Criação/Saltos

É um quadrante em que as pessoas são mais ousadas, atrevidas, gostam de tentar algo novo, desafios, novas metas, sair da zona de conforto.

Estão planejando mudanças na vida como: adquirir um novo imóvel, mudar de emprego, arriscar um novo investimento, realizar um empreendimento, fazer um novo negócio, constituir uma família ou ampliá-la ou se separar, fazer um novo curso para uma nova profissão, mudar para outra região ou outro país. 
Na realidade, ao longo da vida damos muitos saltos. Ou porque somos obrigados, ou porque temos aspirações de maior sucesso.

Em quaisquer circunstâncias a chance de obter bons resultados vai depender do quanto nos dedicamos, trabalhamos, imergimos nos nossos projetos. Mas, isto ainda será pouco sem um planejamento das atitudes e ações que devem ser tomadas.

Ter uma boa idéia ou querer realizar algo novo não são sinônimos de sucesso. Trabalho duro e planejado é o melhor caminho. 

Não tem jeito: só conseguiremos resultados diferentes, crescimento, sucesso, mudando nossas atitudes, fazendo de modo diferente, tentando, inovando, empreendendo. 

Estas são as pessoas que mudam o mundo.

Agora, pense um pouco, reflita sobre como você está conduzindo sua vida.

D'Bernardes Vieira